Exposição a produtos químicos: como prevenir no ambiente de trabalho?
A exposição a certos agentes químicos provenientes de produtos de limpeza podem causar sérios danos à saúde; veja a seguir como preveni-los e melhorar a sua segurança do trabalho.
Com as recentes mudanças das leis trabalhistas e a evolução ágil do mundo do trabalho vieram desafios também relacionados a acidentes e doenças ocupacionais.
O que você verá neste conteúdo
ToggleAs doenças relacionadas ao trabalho, chamadas também de doenças ocupacionais, podem se encaixar tanto nas categorias de doença profissional, como de doença do trabalho. E sim, há diferença!
Segundo a Lei n° 8.213/91:
- Doença Profissional: ocorre em consequência da exposição contínua do funcionário a algum agente de risco (podendo este ser de risco físico, químico, biológico ou radioativo). Geralmente, são doenças que se não forem tratadas de maneira correta podem tornar-se incuráveis, garantindo a aposentadoria por invalidez.
- Doença do Trabalho: resulta das condições do ambiente ocupacional, mas não está ligada a um local específico ou profissão. Diferentemente da anterior, não são incapacitantes! Requerem um tempo de recuperação; por isso, é concedido o afastamento temporário, com o trabalhador retornando à função após a liberação médica.
Esses desafios ultrapassam as leis atuais, mesmo que revistas recentemente; ainda haverá um período de adaptação entre as empresas para internalizar certas condutas e afastamentos como questões de saúde. Mais do que nunca, o bom desenvolvimento de qualquer profissional está correlacionado a um ambiente de trabalho seguro e saudável e o empregador que investe em prevenção e bem-estar está à frente de seus concorrentes na corrida corporativa.
“No Brasil, morrem ou ficam incapacitados para o trabalho mais pessoas por ano do que o número de vítimas de qualquer país em guerra no mundo”, segundo o desembargador do TRT/CE Francisco José Gomes da Silva. E mesmo com esses dados alarmantes, sabe-se que ainda existe muita subnotificação: “Os dados oficiais contabilizam somente os acidentes de trabalhadores registrados, deixando de notificar doenças e acidentes com profissionais autônomos ou informais“. A exposição a produtos químicos é responsável por 14% dos acidentes de trabalho no Brasil, afetando principalmente profissionais da enfermagem e da limpeza.
As medidas de prevenção e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos estão detalhadas na NR 09 e se aplicam a todas as atividades que envolvem substâncias nocivas à saúde.
Riscos relacionados à exposição a produtos químicos
Por produtos químicos compreendem-se todas as substâncias naturais ou artificiais capazes de causar prejuízos à saúde do trabalhador, seja por contato, inalação ou ingestão. Além disso, a exposição a produtos químicos pode acontecer nos diferentes estados físicos dessas substâncias:
- Estado sólido: poeiras, fumos e fibras;
- Estado líquido: névoas, neblinas, combustíveis e inflamáveis;
- Estado gasoso: hidrogênio, nitrogênio entre outros gases e vapores.
A exposição a produtos químicos pode prejudicar a saúde e a integridade física dos trabalhadores, a curto, médio e a longo prazo, dependendo da classificação do agente químico e do tipo de exposição, os danos podem ser imediatos ou desenvolver-se ao longo do tempo, com consequências potencialmente graves.
A NR 09 estabelece que os riscos devem ser identificados e avaliados antes de se adotarem medidas preventivas para minimizar ou eliminar os danos ocupacionais, conforme os agentes físicos, químicos ou biológicos presentes no local.
Os riscos oferecidos são classificados conforme a natureza do agente:
Irritantes: são produtos químicos que causam irritação das vias aéreas superiores, como amônia, cloro, soda cáustica, ácido clorídrico e ácido sulfúrico.
Anestésicos: aqui, os produtos afetam o sistema nervoso central, causando dores de cabeça, depressão e sonolência. Exemplos incluem acetona, benzeno, propano e butano.
Asfixiantes: interferem no sistema respiratório e na oxigenação do sangue, causando dores de cabeça, vômitos e convulsões. Em grandes concentrações, podem ser fatais. Por exemplo, dióxido e monóxido de carbono, hidrogênio, metano, nitrogênio, hélio e acetileno.
Doenças respiratórias e intoxicações: são causadas pela inalação de poeiras minerais, vegetais, alcalinas e fumos metálicos, levando a doenças pulmonares como pneumoconioses, bagaçose, bissinose, asma, rinite ocupacional e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
Dicas para prevenção de acidentes de trabalho e exposição a produtos químicos
- Fornecer equipamentos e a estrutura adequada para a função exercida (EPIs e/ou ergonomia).
- Oferecer treinamentos e capacitação.
- Incentivar os cuidados e exames preventivos.
- Discuta e divulgue os riscos ocupacionais.
- Promova o bem-estar corporativo e uma cultura organizacional baseada no diálogo e confiança.
Quais são os EPIs corretos?
Veja adiante quais são os equipamentos de proteção recomendados para trabalhar com produtos químicos.
Equipamento de Proteção Respiratória (EPR): são respiradores que podem filtrar o ar do ambiente ou fornecer ar respirável. Preservam a saúde do trabalhador e devem ser adquiridos conforme o risco químico presente no ambiente, como poeiras e gases.
Óculos de proteção: impede que substâncias nocivas respinguem nos olhos e causem danos oculares, como queimaduras e cegueira.
Aventais de proteção: confeccionados em PVC, material plástico impermeável, são feitos para proteger o corpo de possíveis contatos com produtos químicos.
Luvas de segurança: assim como os aventais de proteção, também impedem o contato direto com o produto químico. Só que nesse caso, as partes protegidas são apenas as mãos. Geralmente confeccionadas em nylon e PVC, elas são impermeáveis, reforçadas e bastante resistentes.
Botas de proteção: deve ser produzido com materiais resistentes aos produtos químicos existentes no ambiente de trabalho de forma que impeçam que os pés dos profissionais entrem em contato com as substâncias derramadas no chão.
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